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Como a Celesc restabelece a energia elétrica após temporais?

No terceiro vídeo da Campanha de Verão, a Cris da Celesc explica também como funciona a operação do sistema elétrico da Celesc.

Por conta de sua posição geográfica e relevo diferenciado, Santa Catarina sofre forte influência, principalmente no verão, de frentes frias, massas tropicais e polares que atravessam o seu território. Na prática, essas condições climáticas podem causar desde chuvas fortes, vendavais, tornados, enchentes, geadas até variações sazonais intensas de temperatura, trazendo consequências sérias para a população, inclusive a interrupção do fornecimento de energia elétrica.

Por se tratar de ação climática, a Celesc não tem como eliminar o problema e evitar a falta de energia em condições adversas, mas trabalha permanentemente para minimizar as suas consequências. As ações são desenvolvidas em várias frentes: a construção de novos alimentadores com rede compacta e/ou isolada, a disponibilização de equipes extras nos períodos mais críticos, a modernização da comunicação com as equipes de campo, a automação da rede com a instalação de religadores automáticos que registram rapidamente os locais afetados pela falta de energia e religam trechos de rede por meio de comando à distância, diminuindo o tempo para restabelecimento da energia.

Além disso, a Celesc mantém um Contact Center que funciona 24 horas por dia todos os dias da semana e há vários canais para aviso de falta de energia pelos consumidores. Um deles é o registro da falta de energia por SMS para o número 48196 com a mensagem sem luz e o número da unidade consumidora.

Para facilitar o processo, o texto pode ser escrito tanto com letras maiúsculas como minúsculas. Na seqüência, o sistema encaminha para o consumidor o número do protocolo de atendimento e uma nota de reclamação (NR) segue para os trâmites normais de atendimento.

Esse registro pode ainda ser feito pelo portal www.celesc.com.br ou diretamente no aplicativo Celesc, disponível nas versões para iOS e Android.

Emergência – A maior parte das faltas de energia ocorre, após as tempestades de verão, devido ao lançamento de árvores, galhos, objetos metálicos, placas, telhas, entre outros, sobre a rede elétrica e dependendo da força do vento, até postes e transformadores são arrastados, interrompendo o fornecimento de energia.

A Celesc trabalha para restabelecer o sistema no menor tempo possível e suas ações visam atender rapidamente o maior número de unidades consumidoras com segurança. Porém, restaurar a energia elétrica depois da tempestade não depende simplesmente de fechar chaves ou retirar árvores das linhas de distribuição: “Essa é uma grande operação que envolve avaliação dos danos, número de ocorrências registradas e localidades atingidas para, na seqüência, dar priorizar os serviços, convocar e organizar equipes adicionais e até serviços de apoio ou administrativo, conforme a necessiade”, afirma o presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins.

Ele completa: “É importante destacar que existe uma ordem de prioridades legais e técnicas que sempre será seguida. Todas as ações tomadas consideram a natureza e a gravidade do problema”, completa.

=>Veja como funciona

Quando acontecem tempestades e vendavais, as faltas de energia mais críticas, que afetam subestações e redes de distribuição principais (alimentadores), são percebidas automaticamente pelo sistema supervisor da Celesc. Nesse momento, são iniciadas, nos Centros de Operação, pelos operadores do sistema, as primeiras ações para solução das ocorrências e o despacho de equipes para resolver os problemas em campo.

Por ordem de criticidade e prioridade, primeiro a Celesc elimina qualquer risco que venha a existir a terceiros. Em seguida, serão checadas e reparadas as subestações, redes de distribuição principais, redes de distribuição secundárias e, por último, os casos individuais. Portanto, alguns consumidores podem ter falta de energia por um período maior do que outros.

Veja como o sistema de distribuição da Celesc funciona, em detalhes, desde a subestação até a casa do consumidor:

Infográfico Sistema Elétrico VersaoF

 

  • Subestações (1): milhares de consumidores estão conectados às subestações. Por esse motivo, o ponto de partida para restabelecer o fornecimento de energia é verificar as subestações. A partir do momento em que uma subestação é reparada, milhares de consumidores voltam a ter energia, imediatamente. Existem inúmeras subestações espalhadas pelo estado de Santa Catarina. A Celesc tem, em sua área de concessão, 167 subestações, em torno de 4,6 mil quilômetros de linhas de distribuição e mais de 150 mil quilômetros de redes elétricas de média e baixa tensão, somando capacidade instalada de 7.319 MVA, e atende 264 municípios e cerca de 3 milhões de unidades consumidoras;
  • Redes de distribuição principais ou Alimentadores (2): são as redes que saem das subestações para levar energia a vários grupos de consumidores, entre eles, os órgãos de serviço público (hospitais, polícia, bombeiros, etc). Por elas, passa a maior parte da carga dos consumidores. Assim, tendo sido resolvido o problema, centenas de consumidores podem ter a energia restabelecida imediatamente;
  • Rede de distribuição secundária (3): são as redes que distribuem energia para dezenas de unidades consumidoras. São verificadas somente após constatação de que as redes principais estão em pleno funcionamento.
  • Unidades Consumidoras (4): são verificadas apenas após varredura completa de todas as prioridades e descartada a possibilidade de problemas nos níveis anteriores do sistema. Por esse motivo, é importante que o cliente comunique a falta de energia elétrica em sua unidade e aguarde a Celesc restabelecê-la.

Na prática, a verificação das redes de distribuição consiste em percorrer os trajetos do sistema para inspecionar visualmente a fiação e constatar o problema. Somente após a identificação do local exato do problema e a constatação de que não existe risco de choque elétrico é que a Celesc pode religar um circuito: “Quando o consumidor vê profissionais da Celesc fechando a chave em um determinado ponto da rede, pode achar que é um serviço simples. Porém, para executar esse serviço, a equipe pode ter percorrido vários quilômetros, inclusive executando outros procedimentos, para reparar o sistema elétrico”, aponta Cleicio.

Por Vânia Mattozo com ilustração de Rickardo Guedes da Fonseca Vilas Boas.